CADEIRA Nº 20
1º TITULAR : JOSÉ DIONISIO NÓBREGA
Nascido no município de Euclides da Cunha -Ba, antigo Cumbe do Major Antonino, precisamente na fazenda Lagoa do Barro, no dia 9 de outubro de 1948, José Dionisio Nóbrega é filho do paraibano Sebastião Nóbrega do Bonfim e da euclidense Filomena Paranhos de Macedo (Loló) , a primogênita de José Paranhos de Abreu (Dedé Paranhos) e Maria Olinda de Macedo ( Mariinha de Dedé Paranhos).
Quem lhe deu os primeiros incentivos para estudar foi sua avó Mariinha, neta de José Martins de Almeida, o qual esteve em Canudos para ouvir algumas pregações de Antônio Conselheiro e trineta de Antônio Homem, que foi o primeiro povoador da Lagoa do Barro e do Tinguibunhém.
Antônio Homem pode ter vindo da região de Santa Luzia (hoje Santa Luz), lugar onde sua bisneta Raquel Olinda de Macedo (tia de Mariinha) deitou raízes ao casar-se com o italiano de Trecchina – Giovanni Femminella.
Dia 25 de abril de 1955, numa 2º feira, sua avó Mariinha o encaminhou para a escola de Aldenora e Adelaíde, que ficava no “Beco do Cemitério”, bem próximo da “Rua da Igreja”. Ano seguinte, a vovó Mariinha o levou para estudar na Duque de Caxias, situada na rua Otavio Mangabeira (conhecida como “Rua dos Ricos”) , na qual foi aluno, pela primeira vez, de uma professora formada: Luti de Raimundo Tomás. Nesse mesmo ano, já por influencia dos pais, estudou com a professora Elisanete, filha do pernambucano Sebastião do “Corte” . Só em 1957 é que se transferiu para a Escola Paroquial São José, coordenada de inicio pelo então Pe. Jackson Berenguer Prado e depois pelo Pe. Pedro Monteiro. Dalzinha e Nenem da Quiló foram as duas professoras do 2º ano primário. Em 1958, cursou o 3º ano com a professora Alice e nos anos seguintes, até concluir o primário, com as professoras Dulce Soares e Hildete Abreu.
Em dezembro de 1961, depois de muito choro para estudar fora (E. da Cunha ainda não tinha Ginásio), o filho de Loló e Sebastião foi aprovado no exame de admissão no Ginásio N.S. das Graças (Tucano), fundado e dirigido pelo Pe. José Gumercindo, também professor de destaque de Latim, Francês e Português e, nas horas vagas, também de Grego, com o qual conviveu 3 anos e meio. A conclusão do curso ginasial já foi em 1965 no Colégio Estadual de Feira de Santana.
Ainda em dezembro de 1965, chega a Salvador para pleitear vaga na Escola M.A. Teixeira de Freitas (curso de Administração), que funcionava na Avenida Sete, ao lado da Escola Kate White, onde foi aluno do jurista Edvaldo
Brito, Renato Bião Cerqueira, Ivan Maia Fachinetti, Roberto Campos e tantos outros. Além deste curso profissionalizante de nível médio, de muito bom conceito na época, principalmente pelo corpo docente, estudou simultaneamente o científico no Colégio Central, não chegando a conclui-lo dadas as dificuldades de compatibilização de horário com o primeiro emprego na Fundação Hospitalar do Estado da Bahia (Hospital Couto Maia), onde controlava as contas nosocomiais, além de datilografá-las.
Ano e meio depois, já em 1969, trabalhando como auxiliar técnico no Instituto do Serviço Público (ISP), depois Centro de Estudos Interdisciplinares para o Setor Público, da Universidade Federal da Bahia, entidade que na época sobrevivia de convênios com a USAID, SUBIN, SUDENE e Estados conveniados, participou da reforma administrativa dos Estados do Maranhão, Piaui e Sergipe. Foi um dos melhores períodos de sua vida, principalmente pela experiência adquirida ao longo de quase 4 anos, trabalhando ao lado de Fernando Sarmento, Jorge Hage, Emanuel de Souza Muniz, Eraldo Tinoco, Luiz Henrique, Raimundo Mendonça, José Carlos Dantas Meireles, Margarida da Costa Batista, Olavo Pedrecal, Antônio Eduardo Portela (padrinho de batismo de sua filha Ludmila Martins Nóbrega), Raimundo Vasconcelos, José Joaquim Calmon de Passos, Eduardo de Freitas Filho, Álvaro Dultra e muitos outros.
Até 1972, cursou Administração Pública pela UFBA, quando foi convidado pelo governo de Sergipe a prestar assessoramento como Auditor Administrativo e depois como Assessor de Planejamento na
Secretaria de Administração do governo de Paulo Barreto de Menezes. No governo de José Rollemberg Leite, já como funcionário concursado (Fiscal de Rendas), exerceu na Secretaria da Fazenda o cargo de chefe de Documentário Fiscal (Sistema de Informações Econômico-Fiscais) e logo depois designado Assessor Especial. No 1º semestre de 1976, concluiu o curso de Administração (de Empresa) pela Universidade Federal de Sergipe. Ano seguinte, fez pós-graduação lato-sensu (Curso de Administração Tributária) em Brasília, em regime de internato na ESAF, durante o período de 6 meses.
Em 1978, é nomeado por concurso Auditor Fiscal do Estado da Bahia, cargo que ocupou até 1º de outubro de 2015, data de sua aposentadoria. De março de 1979 a março de 1981, fez em Brasília, na mesma ESAF, o mestrado em Administração. Por dois anos(1987/1989) exerceu a chefia da Divisão da Fiscalização da Secretaria da Fazenda no governo Valdir Pires.
Como convidado, deu aulas na área de administração e planejamento estratégico na UFBA, na Universidade Tiradentes (UNIT), em Sergipe, no Ceteba (UNEB), no ISP (UFBA), na ESAF(BA) e em diversos centros de treinamento do Estado da Bahia e Sergipe. Fez dezenas de pequenos cursos nas áreas de administração, economia e psicologia social das organizações. Elaborou diversas provas de concursos públicos para o Estado de Sergipe.
Na década de 80, por conta própria e por sugestão do prof. José Calasans, começou a pesquisar a história de Canudos tendo como roteiro o livro Os Sertões. Antes, porém, apenas informalmente, ouvia dos mais velhos as proezas de Antônio Conselheiro e seus jagunços.
Por influência de Ioiô da Professora, que já o conhecia desde o tempo de menino, interessou-se em pesquisar os principais povoadores do vasto município do Itapicuru de Cima e do antigo Jeremoabo, chegando a pesquisar também algumas famílias sergipanas das quais descendem muitos sertanejos do nordeste da Bahia. Por pesquisar a história e as famílias do velho sertão de Monte Santo, a Câmara de Vereadores do município de Uauá concedeu-lhe o titulo de cidadão uauaense.
O número de obras históricas e genealógicas publicadas não vai além, por enquanto, de cinco: “Euclides da Cunha e o sertão de Canudos”, “Padre João Velho de Tucano e a Carnaíba do Pires”, “O Tucucuru do Padre Januário”, “Enock- um Canário protegido de Santo Antônio de Canudos” e “Capitão Dantas e os três Ioiôs de Cumbe”. Palestras sobre temas sertanejos foram feitas em Aracaju, Salvador, Canudos, Senhor do Bonfim, Euclides da Cunha e Tucano.
Escreveu vários artigos para o jornal A Tarde: “Padre Gumercindo: o educador do sertão”, também publicada na revista de ALAS; “O encontro do padre Sabino com o Cel. Moreira César”, também em ALAS; “O Centenário de Aurélio Laborda”, publicado também em livro sobre os 50 anos da UFBA, do prof. Edivaldo Boaventura; “A questão da terra em Canudos”; “A sergipanidade de Jenner Augusto” e outros.
Por gostar de cantar no banheiro de sua casa canções populares brasileiras, francesas, italianas e espanholas, resolveu com os próprios recursos gravar CDs (já se vão meia dúzia) exclusivamente para presentear aos parentes e amigos que constantemente reclamam e exigem a produção e gravação de mais um, que talvez saia em 2017.
PATRONO: PEDRO CALMON
Pedro Calmon |
“Quem conheceu Pedro Calmon e teve o privilégio de seu convívio, dele guardou a lembrança do mestre que tinha o dom da criação imediata, quer falando, quer escrevendo. E mais ainda: sempre jovial, sempre feliz”.
“E dizer-se que, à vida vivida, como professor, como escritor, como historiador, como ministro de Estado, como presidente da Academia, como reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Calmon ainda deixou o acervo complementar das lembranças que hão de sempre morar conosco, e que no-lo restituem, nas horas em que a evocação se purifica na melhor saudade”.
“O biógrafo de Pedro II ou de Castro Alves, da princesa Isabel e de Pedro I, do Marquês de Abrantes e de José de Anchieta, é o historiador emérito dos sete tomos compactos da História do Brasil, da História das idéias politicas, da História da literatura baiana, além de mestre da Teoria Geral do Estado e do Curso de direito constitucional brasileiro, sem esquecer os três volumes da História social do Brasil, em que o mestre da minúcia factual compõe a visão de conjunto, em base de renovação cientifica, e nos permite dominar em suas características fundamentais, a composição e a transformação da sociedade brasileira”.