A região de Canudos pertenceu a Euclides da Cunha, Bahia e foi elevado a município em 1985, desmembrado de Euclides da Cunha
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Heróis de CanudosComposição, Música e Letra: José Dionísio Nóbrega
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“Estevão, Estevão, onde está você?! Estou no fogo do Cambaio”.
“Maria Guerra, pra que essa arma?! Vou defender os meus irmãos”.
“Malvado coronel Moreira Cesar/ Não devia ter feito isso não /Agora o coronel vai receber! O tiro certeiro do jagunço Jeromão”.
“Corre corre Tamarindo/ Serafim já vem atrás! Perseguirá os seus soldados! E vai ainda querer mais”.
“Não há bravura igual! Nunca houve mesmo não! Enfrentar de peito aberto! O grande e fratricida canhão”.
“Estandislau da Macambira/ Muitas histórias contará! Herói de muitas
batalhas! Mas lutou primeiro no Uauá”.
“Chiquinhão, Zé Guerra e Antonio Valério! Nossos heróis de Cocorobó!
Defenderam com garra a terra amada! Todos unidos numa corrente só”.
Para saber mais sobre nosso conterrâneo José Dionísio Nóbrega clique AQUIConheça os
Heróis de Canudos:
1) Jeromão, o matador de Moreira CésarJerônimo Modesto do Valle é o seu nome, mas o povo o chamava de Jeromão. Segundo os mais velhos, foi esse homem, que não se vangloriava de seus feitos, que deu o tiro certeiro no Coronel Moreira César. Baixo, troncudo, voz forte de estremecer o chão, de pouca conversa, antigo caçador de onças nas grandes serras da região, morador com toda a família na fazenda Carvalho, Jeromão era respeitadíssimo em Canudos como grande atirador. Ao clarear do dia, costumava religiosamente dar um tiro de bacamarte para os lados da Canabrava a fim de que a sua esposa Lalinha soubesse lá do Carvalho que ele continuava vivo. Jeromão sobreviveu à guerra.
2) Serafim, o heroi da BarrigudaSerafim Ferreira de Santana - o Serafim da Barriguda - foi o único dos irmãos a se entregar de corpo e alma como combatente de Antonio Conselheiro. Com a morte da mãe O. Paula e do pai Francisco, que lutara em Canudos ao lado de João Abade, Serafim, em vez de procurar refúgio, abraçou a causa conselheirista tentando defender de todas as maneiras o território do Belo Monte, embora a sua área de atuação predileta circunscrevesse ao trecho Umburana-Rosário. Serafim entrará para a história de Canudos como um dos heróis que puniam severamente os inimigos de Antonio Conselheiro. Serafim viveu muitos anos depois da guerra.
3) Os Irmãos Guerra da UmburanaDa família Guerra da Umburana, três irmãos se destacaram na luta fratricida de Canudos: Zé Guerra, que veio a falecer no “fogo” de Cocorobó, Norberto, que continuou lutando até o fim, e Maria Guerra (Gueguerra para os mais íntimos), a única mulher a pegar em armas para defender o torrão natal e a sua família que se desmoronava a cada dia. Dos 3 irmãos heróis canudenses sobreviveu Maria Guerra.
4) Joaquim Macambira FilhoJoaquim Manoel de Santana Filho, homônimo do pai Joaquim Macambira, deu a vida pelo povo de Canudos. Ele e mais onze jaguncinhos, inclusive Nicolau da Umburana, que foi o único a se salvar, enfrentaram de peito aberto o grande canhão conhecido pelo apelido de Matadeira. É o grande heroi da terra canudense.
5) Estevão do CambaioEstevão Pereira Leal, o Estevão do Cambaio, descendente dos primeiros habitantes de Canudos, grande amigo dos Gomes do Trabubu, foi o Guarda do Cambaio. Alto, pescoço comprido, cabelos lisos, Estevão era uma figura calma e extraordinária e grande amigo do jagunço Jeromão. O herói do Cambaio sabia onde o diabo se amalhava. Invultava-se só com o bater das pestanas . Quando abençoava os filhos e parentes, usava invariavelmente a expressão “benção de Deus”.
6) Estandislau da Macambira — o Lalau de SaIuBaixo, meio cambaio, nascido na Canabrava , mas morador na Macambira, sincero e verdadeiro em suas histórias, só excepcionalmente deu entrevista, neto de Sebastião José Quadrado, que foi um dos primeiros posseiros da terra canudense, Estandislau, o Lalau de SaIu, dominava a técnica de tirar vários soldados da luta com um só tiro de bacamarte.
Estandislau é o herói de muitas batalhas.
7) Chiquinhão ou Chiquinho MotaO escritor Euclides da Cunha o chamou de Chiquinho Mota, mas no seio familiar era conhecido por Chiquinhão. Com os seus piquetes, ao lado de Zé Guerra e do sobrinho Antonio Valério, que faleceu lutando ao lado do tio, Chiquinhão foi o grande comandante da batalha de Cocorobó. O general Amaral Savaget sofreu grandes perdas com o fogo cerrado de Chiquinhão. Morava esse notável combatente conselheirista nativo na fazenda Angico. Juntamente com Nicolau, um dos heróis da matadeira, e Geraldo da Umburana, Chiquinhão passou por uma grande emoção, a de queimar o cadáver do malvado coronel Moreira César.
8) Antonio Macário, Guarda das Bocas de EstradasNeto de Maria Quitéria e de Vitorino José de Santana, os fundadores do povoado de Canudos, Antonio Macário não nascera vocacionado para a luta armada, não tinha o jeito brigador dos heróis canudenses Deodato Campos e Deocleciano Macedo, mas entrou para a história da guerra como o rapazinho que guardava as bocas de estradas.
Resumo feito por José Dionísio Nóbrega com base na sua obra “Euclides da Cunha
e o sertão de Canudos”.
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