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domingo, 17 de setembro de 2023

Hino de Euclides da Cunha - Bahia

Data da primeira publicação neste site: 25-08-2009

Arquivo/Colaboração: Raimundo Carvalho Rabelo

Clique no link abaixo para ouvir

https://youtu.be/RWHbPI-aHOY?si=VZ_RVkJso0o-__cE


Os autores do Hino de Euclides da Cunha são:
Letra: José Aras
Música: Antonio Moreira
Em 1972 (fonte: Câmara Municipal de Vereadores de Euclides da Cunha)




O hino de nossa cidade ganhou vida pela primeira vez através das ondas sonoras de uma fita cassete, registrando um momento marcante da nossa história musical. A gravação, feita em 1996, foi eternizada na voz do talentoso cantor e compositor Rabelo Gonzaga, que com sensibilidade e orgulho deu alma à melodia que representa o sentimento do nosso povo.

Mais tarde, essa preciosidade foi transferida para o formato de CD, preservando com carinho essa memória para as gerações futuras. A gravação contou com a participação de músicos: na sanfona, o mestre Cezário; nos teclados, Ney Campos (Ney do Bandolim). Os vocais ganharam força e beleza com as vozes de Canário de Canudos, Janacira e Elenir Ribeiro, que deram um toque especial à interpretação.

Assim, ficou consagrado e divulgado o hino que embala o coração de quem ama esta terra.



Letra:

Euclides da Cunha torrão adorado
Tão decantado no mundo inteiro
"Os Sertões" veio nos trazer a glória
Da nossa história no sertão Brasileiro

Por muitos anos foi aqui adorado
O Bendegó - famoso meteorito
Nosso sertão um jardim em festa
Foi o escolhido lá no infinito

Salve ó rincão de filhos varonis
Heróis anônimos mortos de pé
Renasce ardente em nossos corações
Tua bravura de amor e fé



Compreendendo (decifrando) a letra do nosso HINO

O Hino de Euclides da Cunha: um cântico de bravura, memória e identidade sertaneja

O hino oficial de Euclides da Cunha, na Bahia, é mais que uma composição poética – é um retrato vibrante da alma sertaneja e da memória coletiva de um povo marcado pela resistência, pela fé e pela força.

Logo nos primeiros versos, a cidade é exaltada como “torrão adorado”, expressão carinhosa que revela o amor do seu povo pela terra onde nasceu e cresceu. Não se trata de qualquer lugar: Euclides da Cunha é "decantada no mundo inteiro" por causa da obra monumental de mesmo nome, Os Sertões, escrita pelo renomado escritor e engenheiro Euclides da Cunha. A cidade carrega, portanto, em seu nome e identidade, a glória de uma história contada para o mundo inteiro – a história do sertão brasileiro, suas lutas, dores e resistências.

O hino também celebra o Meteorito do Bendegó, uma das maiores rochas espaciais já encontradas no Brasil, que repousou durante muito tempo em terras sertanejas antes de ser levado ao Museu Nacional. O meteorito é símbolo do inusitado e do extraordinário presente no cotidiano sertanejo – como se o próprio universo tivesse escolhido essa terra para deixar um sinal de sua grandeza.

No auge da poesia, o hino descreve o sertão como um "jardim em festa", rompendo com os estereótipos de seca e miséria e revelando a beleza escondida na vida simples e forte do interior. O verso "foi o escolhido lá no infinito" pode ser entendido tanto como uma imagem do meteorito vindo do espaço quanto como uma bênção divina sobre esse povo de fé.

Na estrofe final, a canção presta homenagem aos heróis anônimos do sertão – homens e mulheres que lutaram e tombaram de pé, com coragem e dignidade. São os filhos "varonis", aqueles que mantêm viva, até hoje, a chama da bravura, do amor à terra e da fé inabalável.

Esse hino é mais que música: é documento, é memória, é símbolo de um povo que não se dobra. Ele ecoa nas ruas de Euclides da Cunha como um chamado à lembrança e ao orgulho de ser parte de uma história que continua viva, ardente, no coração do sertão



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sábado, 17 de junho de 2023

Raro vídeo do São João de Euclides da Cunha, ano 1990

O vídeo é de baixa qualidade, porém dá pra reviver grandes momentos.
Depois da Rua da Igreja os festejos juninos passaram a ser na Avenida Ruy Barbosa.
O nosso arraiá se resumia entre Hotel Lua até a antiga loja de Mariazinha Dantas (Hoje Real calçados).
A entrada tinha uma simples faixa de pano escrito  ARRAIÁ DO CUMBE. Foi por muitos anos sonorizados pela potente Torre Som com o seu locutor especial Antonio Carlos (Radialista hoje em Quijingue).
As barracas ficavam nas laterais da rua, e, em alguns anos ao meio. Tinha Alvorada (organizada por Tonheco do Hotel Lua),  Pau-de-Sebo, Corrida de Saco, Quebra Pote, Quadrilhas com casamento na roça, Comidas Típicas, Balões trazidos por Nego da Marinha, Fogueiras, Trio do Jegue do Mundinho Doido, etc
Começava a animação todos os dias a partir das 13 horas

O tempo foi passando e já era grande o aperto entre pessoas na avenida. O poder público teve que criar o forródromo (afastado do centro) o qual recebe hoje mais de 30 mil pessoas por noite, além de vários arraias no centro e nos cantos da cidade, escolas e nos povoados.   Também temos os eventos alternativos, os principais são: Forró Bode, Arraiá do Clube do Cem, Nativus do Cumbe, Forró na Praça, Esquenta Bode, Forró Quentão, Arrastão, Rancho da Ararinha, entre outros.

O São João de Euclides da Cunha (Arraiá do Cumbe) é tão contagiante que se tornou  uma grandiosa festa conhecida na mídia televisiva e concorre com grandes cidades de São João tradicional.

Obs: Para ver no seu celular clique AQUI  será encaminhado para youtube



quinta-feira, 1 de junho de 2023

Trio do Jegue - São João 1992

Foto/colaboração: Raimundo Macedo (Mundinho Doido) História


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História

No São João de 1992, o Jegue Elétrico, junto com seu dono Mundinho Doido, brincava com o mais alto som pela avenida Ruy Barbosa, acompanhado de vários foliões. De repente, um malandro atirou a brasa de um cigarro aceso nos testículos do animal. O jegue, descontrolado, desceu a avenida com violência, fazendo o povo correr aflito e derrubando várias barracas e mesas pelo caminho. Ninguém ficou ferido, mas houve prejuízo para os barraqueiros, com uma boa quantidade de bebidas quebradas.

No dia seguinte, os barraqueiros se reuniram e foram à delegacia prestar queixa do ocorrido contra Mundinho Doido.

Ao ser intimado, Mundinho dirigiu-se à delegacia levando o animal, que foi amarrado numa árvore em frente ao prédio. Na sala de audiência estavam nove barraqueiros, Mundinho, o delegado e o escrivão. O delegado sentou-se, pediu silêncio e perguntou quem era o acusado.

Mundinho levantou-se bruscamente e, apontando para a janela onde estava o animal, disse:

— Olha ele aí, doutor! Eu não tive culpa nenhuma! Foi ele!! Foi ele!!! — referindo-se ao jegue.

O acusado quase foi preso pela gozação e ainda foi obrigado a arcar com todos os prejuízos.


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sábado, 27 de maio de 2023

Telefonia em Euclides da Cunha


Imagem da internet
Por Ney Campos

Em 1966, foi instalada em Euclides da Cunha a nossa telefonia local.

Os primeiros funcionários foram: Atayde José da Silva, Marizete da Romana e Valmira de Zé Sabino.

Eram quase 100 associados (assinantes), tendo como presidente o Dr. Humberto Freire.

Existia uma mesa operadora com disponibilidade para 100 linhas, começando pelo número 101 (pertencente ao presidente, Dr. Humberto).

Acima, mesa operadora.

Funcionamento

Pessoa A chama a telefonista batendo o gancho do seu telefone algumas vezes.

Na mesa operadora, pisca uma luz referente ao número de quem está chamando.

Telefonista: – Telefonista, bom dia!
Pessoa A: – 158, por favor!

Nesse momento, a telefonista pega o plug da Pessoa A (cuja luz está piscando) e o encaixa no número 158. Em seguida, gira uma manivela ao lado, fazendo com que o número 158 toque. Ao término da conversa, os números se apagam e a operadora (telefonista) retira o encaixe.


local onde funcionava a telefonia, ao lado da Clínica de Dr Humberto.








 Dr Humberto




 O plug usado para as ligações na mesa operadora (Plug P10)







Telefones das décadas de 70 e 80











   Alguns números:

101 = Dr Humberto
102 = Jaime Amorim
103 = Edmundo Esteves da Abreu ( Casa da Música)
104 = Correios
107 = Grêmio Cultural de R. E. da Cunha
108 = Zezito Campos (Ao Bebitex)
116 = Casa de Maria Senhora (Informação: Rejane)
156 = Belarmino Campos
158 = Minha residência
162 = Raimundinho Lima
166 = Residência de Edmundo Esteves
169 = Residência de Raimundo Tomaz (Informação: Carlos Aquino)
175 = Residência de Lulu Modas





 Vamos preencher mais números? Deixe um comentário informando ou corrigindo!


Durou  até dezembro de 1976.  Daí em diante deram inicio as instalações da Telebahia com  DDD (discagem direta a distância)


Naquela época telefone era objeto de luxo e status destinado a uma pequena minoria. Uma linha custava o equivalente 30 por cento de um carro popular, mais ou memos, hoje, 10 salários mínimos.

Quem não tinha telefone se dirigia às cabines telefônicas de propriedade de Ademar que ficou conhecido como Ademar da Telebahia. As cabines ficavam em um pequeno prédio, próximo a loja de Orlando Moura na rua Benjamin Constant. O cliente  passava o número de destino para Ademar e se dirigia a uma das cabines. Após a ligação pagava os minutos usados.






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Fatos que marcaram a história das Telecomunicações
Fonte: Ataliba Teixeira

1876 - 7 de março - Alexandre Graham Bell obtém a patente da invenção do telefone.
1877 - O primeiro telefone do país é instalado no Rio de Janeiro.
1878 - O primeiro telefone público é instalado nos EUA.
1879 - D. Pedro II autoriza o funcionamento da primeira empresa de telefonia no Brasil.
1883 - A 1a. estação telefônica do Brasil é instalada em Santos, com 75 assinantes.
1884 - Os primeiros telefones começam a funcionar na cidade de São Paulo.
1885 - Lars M. Ericsson revoluciona o desing do telefone, acoplando bocal e fone numa única peça.
1892 - Alon B. Strowgeer inaugura, em Indiana, a primeira central telefônica automática.
1893 - As primeiras transmissões de sinais telegráficos e da voz humana em telefonia sem fio no mundo são realizadas pelo Padre Landell de Moura, na cidade de São Paulo.
1922 - Os serviços de telegrafia e telefonia via rádio são introduzidos no Brasil, entre o Rio de Janeiro e Nova Iorque. Nesse mesmo ano inaugurada a primeira central telefônica automática do país, em Porto Alegre.
1946 - Entra em funcionamento o primeiro computador eletrônico dos Estados Unidos, o Eniac.
1956 - Começa a funcionar o primeiro cabo telefônico transatlântico entre Estados Unidos e Grã-Bretanha.
1958 - O primeiro sistema de discagem direta a distância (DDD) da América do Sul é implantado no Brasil, entre Santos e São Paulo.
1962 - Entra em operação o primeiro satélite mundial de telecomunicações, o Telstar, construído pelos Laboratórios Bell.
1966 - Início da aplicação de fibra óptica em telecomunicações.
1971 - A Intel anuncia o invento do microprocessador, base dos futuros computadores.
1972 - É criada a holding Telebrás, responsável pelas empresas governamentais de serviços públicos de telecomunicações do Brasil. São instalados os primeiros telefones públicos (os orelhões) no Rio de Janeiro e em São Paulo.
1975 - O Brasil integra-se ao sistema de discagem direta internacional (DDI).
1978 - A Telefonia Móvel Celular é ativada no Japão.
1982 - A primeira central de CPA (Central com Controle por Programa Armazenado) da América Latina é instalada em São Paulo.
1990 - A primeira cidade brasileira a usar a Telefonia Móvel é o Rio de Janeiro.
1995 - Implantada a Internet comercial no Brasil.
1998 - Privatização do Sistema Brasileiro de Telecomunicações – Telebrás - Início da competição no mercado nacional de Telecomunicações com a concorrência das operadoras "espelho" para o STFC (Sistema Telefônico Fixo Comutado).
1999 - A Telefônica introduz em São Paulo a tecnologia ADSL, que possibilita enviar e receber dados e imagens em altíssima velocidade.
2000 - Escolha da faixa de 1.8 MHz para o PCS (Personal Communication Service).
2001 - Assinatura das primeiras licenças GSM.













terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Zé da Lajinha - O nosso Professor Pardal Euclidense


Nascido em 28 de fevereiro de 1923, seu José Alves de Araújo — mais conhecido como Zé da Lajinha — chegou, nesta data da publicação, à marca dos 100 anos bem vividos. Morador da Nova América, é um cabra atencioso, simpático e cheio de histórias pra contar. E de travessura também!

Uma das suas invenções mais faladas foi lá pros anos 80: ele pegou uma mobilete (dessas que hoje o povo chama de moto Bis) e deu um jeito de fazer ela funcionar com um botijão de gás de 2 kg! Pois é, pense aí: se a mobilete já era econômica, imagine com gás. O botijão ia amarrado na garupa, e o bicho rodava até 400 km com só dois quilos de gás. Bom, né não?

Zé também inventou uma máquina de ração e um processador de verdura, tudo usando um moto esmeril. E isso é só o começo...

Lá pros anos 70 e 80, ele criou o famoso “Posto de Gasolina Caseiro 24 Horas”. Quem viveu, lembra bem. Os postos de Euclides da Cunha fechavam cedo, lá pras 18h ou, no máximo, 20h. Mas o Zé era ligeiro: enchia uns tambores e galões de gasolina e vendia a qualquer hora da noite ou da madrugada. O povo batia na porta dele de madrugada, e ele, mesmo com o sono quebrado, levantava com bom humor pra atender.

Era respeitado pelos mecânicos da cidade. Quando alguém não achava peça pro carro, eles já mandavam logo: “Procure Zé da Lajinha!” E em quase 100% das vezes, ele resolvia o problema na hora.

Outra das suas engenhocas era uma tal de “Bomba Humana de Transferência de Líquidos”. O nome é grande, mas a ideia era simples: passar combustível de um vasilhame pra outro sem precisar chupar na mangueira — que, além de perigoso, era nojento. Como ele fazia? Colocava uma ponta da mangueira no litro, a outra no tanque, fechava a mão entre a boca do litro e a mangueira e dava um soprozinho. A pressão fazia o líquido descer ligeirinho, puxado pela gravidade.

E se quisesse fazer o contrário? Ele dava um jeitinho também: colocava as duas pontas da mangueira em dois litros, e ao invés de soprar, chupava do litro mais baixo. Entendeu? Se não entendeu... pergunta pro Zé!