Nascido em 28 de fevereiro de 1923, seu José Alves de Araújo — mais conhecido como Zé da Lajinha — chegou, nesta data da publicação, à marca dos 100 anos bem vividos. Morador da Nova América, é um cabra atencioso, simpático e cheio de histórias pra contar. E de travessura também!
Uma das suas invenções mais faladas foi lá pros anos 80: ele pegou uma mobilete (dessas que hoje o povo chama de moto Bis) e deu um jeito de fazer ela funcionar com um botijão de gás de 2 kg! Pois é, pense aí: se a mobilete já era econômica, imagine com gás. O botijão ia amarrado na garupa, e o bicho rodava até 400 km com só dois quilos de gás. Bom, né não?
Zé também inventou uma máquina de ração e um processador de verdura, tudo usando um moto esmeril. E isso é só o começo...
Lá pros anos 70 e 80, ele criou o famoso “Posto de Gasolina Caseiro 24 Horas”. Quem viveu, lembra bem. Os postos de Euclides da Cunha fechavam cedo, lá pras 18h ou, no máximo, 20h. Mas o Zé era ligeiro: enchia uns tambores e galões de gasolina e vendia a qualquer hora da noite ou da madrugada. O povo batia na porta dele de madrugada, e ele, mesmo com o sono quebrado, levantava com bom humor pra atender.
Era respeitado pelos mecânicos da cidade. Quando alguém não achava peça pro carro, eles já mandavam logo: “Procure Zé da Lajinha!” E em quase 100% das vezes, ele resolvia o problema na hora.
Outra das suas engenhocas era uma tal de “Bomba Humana de Transferência de Líquidos”. O nome é grande, mas a ideia era simples: passar combustível de um vasilhame pra outro sem precisar chupar na mangueira — que, além de perigoso, era nojento. Como ele fazia? Colocava uma ponta da mangueira no litro, a outra no tanque, fechava a mão entre a boca do litro e a mangueira e dava um soprozinho. A pressão fazia o líquido descer ligeirinho, puxado pela gravidade.
E se quisesse fazer o contrário? Ele dava um jeitinho também: colocava as duas pontas da mangueira em dois litros, e ao invés de soprar, chupava do litro mais baixo. Entendeu? Se não entendeu... pergunta pro Zé!