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sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

Vila de Santa’Anna da Feira

 


Por Oswaldo Júnior


imagem: Zé Popô (filho do Totô)

Ao longo do tempo, nossa cidade sempre manteve fortes vínculos com outros importantes centros do estado. Um desses laços históricos é com Feira de Santana, que durante muitas décadas foi o principal polo de comércio atacadista da região.

Antigamente, os comerciantes do Cumbe viajavam regularmente para Feira de Santana para realizar suas compras, abastecendo o comércio local e fortalecendo essa relação econômica e cultural. Esse costume atravessou gerações e, ainda hoje, muitos continuam fazendo esse trajeto, mantendo viva uma tradição que faz parte da nossa memória e da nossa história regional.






Venda de Tota









```Vila de Santa’Anna da Feira```

Imagem: fotoregistro.com.br





 *A cidade de Feira de Santana começou com uma feirinha de troca de gado e de produtos agrícolas na Fazenda Sant’Anna dos Olhos D’Água, pouso de tropeiros, caixeiros-viajantes, vaqueiros, mascates, viandantes e caminhantes. Domingos Barbosa e Ana Brandoa, donos da Fazenda Sant’ Anna dos Olhos D’Água, construíram uma capela para Sant’ Anna, portanto, “Santana,” padroeira dos seus fundadores, Nossa Senhora de Sant’Anna e “Feira” como uma forte movimentação comercial desde aquela época do século XVIII.*


*No dia 13 de novembro do ano do Senhor de 1832 foi desmembrada de Cachoeira e sua instalação como município, ocorreu em 18 de setembro de 1833 e elevada à categoria de cidade em 1873. Fortalecendo como um intenso centro comercial de grande desenvolvimento e de organização política, como bem esclarece a Prefeitura Municipal  de Feira de Santana.*


 *No Brasil e especialmente em terras da Bahia, o povo tem a tendência de trocar os nomes,  conforme a preferência de seus dirigentes, supostos defensores, protetores, baluartes e guardiões da Constituição da República Federativa. Alguns alegam a falta de memória, outros da contracultura e até destacam a motivação da religião.*


 *Evidencia em alguns municípios que já faiscaram uma mudança de nomes a exemplo de Feira de Santana e Santa Bárbara que em 1943 por decreto de Getúlio Vargas mudou para Pacatu em referência às corridas de cavalos e o nome não vingou. Em Tupi e Guarani, Pacatu significa; “Terra boa ou terra bonita”. Anos mais tarde, as duas cidadelas por sobressaírem aos santos de origem católica que não deixa de ser cristão do mesmo modo, católico e evangélico, sem dúvida, professam da mesma fé e são insistentemente cristãos. Alguns seguimentos do conservadorismo religioso queriam a modificação do nome, alegando a Constituição de 88 e o laicismo, ou seja o Estado é laico e que rejeita a influência da Igreja na esfera pública.*


 *As autoridades brasileiras gostam de homenagear grandes personalidades, como enfatiza o ‘Velho Cumbe do Major’ ao se referir a cidade de Euclides da Cunha, onde os bajuladores obstinam que o escritor transitou pela terrinha, sem nunca pisar os pés daquele frondoso chão vermelho e que orgulhosamente seu povo é conhecido como “Bunda Vermelha”. Do mesmo modo, “Água Comprida” que era distrito de Salvador e quando desagregou, se transmutou em “Simões Filho”.*


 *Cabe aos políticos, educadores, pesquisadores, estudiosos e historiadores que acolhem a história da Bahia de ressaltar o nome tradicional com retidão, realismo e propagar a verdadeira face do estopim da originalidade histórica, como Cumbe de N. Srª da Conceição, Cocorobó, Água Comprida, Feira de Sant’Anna, Santa Barbara e tantos outros nomes simplórios que de fato, ficou conhecido alguns municípios.*


 *Fazer- se indispensável que se torne de grande valia o retorno dos “nomes indígenas” e dos “primeiros colonos” no seu devido lugar do panteão da História Nacional.


Popularmente, Euclides da Cunha é vista como uma ‘mini Feira de Santana’, por sua importância econômica e comercial para a região


Avenida Almerindo Rehem, Euclides da Cunha





Imagem: Na janela do trem (youtube)