sábado, 2 de maio de 2015

Pedro de Almeida e Silva

Alguém sabe quem é Pedro de Almeida e Silva? Eu ajudo: ele nasceu em 26/04/27 em Euclides da Cunha/BA, município que abrange a região onde se deu a matança de Canudos pelo Exército Brasileiro. Nada ainda? Seu pai foi um grande tocador de sanfona de oito baixos, o mestre Aureliano. Não identificou? Ele tem um filho chamado Oswaldo de Almeida e Silva que, segundo Zé Gonzaga, é o maior sanfoneiro do Brasil. Não matou a charada? Vou dar meu último auxílio: esse rapaz Oswaldo Silva é conhecido artisticamente como Oswaldinho do Acordeon. E seu pai, já lhe na veio na mente? Não, pois então fique sabendo que Pedro de Almeida e Silva era o Pedro Sertanejo, infelizmente, falecido em 1996 aos sessenta e nove anos.

Pedro Sertanejo é uma lenda do forró! Menino pobre, chegou da Bahia a São Paulo pra vencer na vida e se tornar um ídolo. Foi grande tocador de fole de botão, ótimo compositor, afinador de sanfonas, produtor de discos, radialista (tinha um programa assim como Ivan Ferraz), dono de gravadora e de casa de forró.
O forró em São Paulo só cresceu graças a ele porque teve a coragem de em 1966 fundar o Forró de Pedro Sertanejo, ali no Brás, na rua Catumbi, 183. Todos os grandes nomes do forró tocaram lá. Era uma casa feita pros nordestinos. Aquelas branquinhas paulistas de bochechinhas rosadas não visitavam sua casa de show porque naquela época forró era sinônimo de paraíba, de peixeira, de gente sem instrução, sem nível, que ia pra São Paulo a fim de fugir da seca e não morrer de fome e sede.
Pedro foi um visionário. A sua gravadora Cantagalo foi fundada para que ele desse impulso à sua carreira, mas também pra auxiliar a muita gente de talento do Nordeste que não tinha voz nem vez nas grandes gravadoras. Dominguinhos começou a gravar lá. Camarão, Zé Gonzaga, Geraldo Correia e Anastácia também fizeram discos com Pedro. Até Jackson do Pandeiro! Só Luiz Gonzaga não gravou na Cantagalo.

Da visão de Pedro foi que veio o impulso para que o filho Oswaldinho estudasse música clássica por treze anos e tivesse mestres como Paulo Feolla e Dante D’Alonzo. O reconhecido talento do filho lhe rendeu uma bolsa de estudos no exigente Conservatório Dante de Milão. Hoje, os grandes nomes do acordeom espalhados pelo mundo afora lhe rendem homenagens. Oswaldinho é a maior obra de Pedro Sertanejo!


Foto ao lado tirada na Avenida Ruy Barbosa, em Euclides da Cunha no restaurante de Carlos Amorim - 1996
>>>Entre as pessoas estão: Hélio Souza, Iomar Canário, Carlos Amorim e Pedro Sertanejo - (Foto fonte: Euclides da Cunha - Bahia - Orkut )



Se Pedro Sertanejo não tivesse composto as mais de quinhentas músicas que fez, só duas bastariam para inscrever seu nome na galeria dos grandes compositores de forró. Os forrós Rato Molhado e Roseira do Norte são verdadeiras antologias do gênero. O primeiro fez sozinho e o segundo em companhia de Zé Gonzaga.

Hoje, pouca gente fala no pai de Oswaldinho. Está condenado ao esquecimento como muitos outros. Mas se depender do nosso museu do Cumbe não vamos deixar esquecer.

Então, com vocês, o mestre Pedro Sertanejo com o seu "Rato Molhado". É forró pra ouvinte nenhum botar defeito.







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Por Abílio Neto









Para ouvir ouvir ou baixar em seu pc a música Rato Molhado clique AQUI



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Ao lado, seu filho, o famoso Oswaldinho do Acordeon

12 comentários:

Julia Santos disse...

Juro que nunca soube disoo! Valeu!!!!!!!!!!!!!!!!

Mário Novaes disse...

Sou de Euclides moro em Minas, tenho 41 anos e sou muito fã de Pedro Sertanejo e curto muito Oswaldinho, pois, jamis sabia que ele era de minha Euclides da Cunha. Foi muito massa est grande informação!! Brigadão........

João Bosco Soares dos Santos disse...

João Bosco Soares dos Santos disse...
Favor substituir o primeiro, por este comentário (REVISTO). OBRIGADO.

Louvações muitas para você, competente Ney Campos, por esta sua magistral iniciativa; pela pureza da verdade histórica que você está a consolidar em seus Blogs; pela prazerosa e bela concepção inspiradora e estruturadora deles; e pela excelente contribuição para a história e vida dessa majestosa e alegre Nação Euclidense. Digo nação porque é uma nação, pelas fabulosas riquezas humanas e naturais que a formam.
Pedro Sertanejo não é só glória euclidense: é glória do nordeste. Basta ouvir seu fantástico FORRÓ ROSEIRA DO NORTE,no CD de Sivuca Dominguinhos e Osvaldinho, prova contundente.

20 de agosto de 2010 04:18

Isabell disse...

Eu gostaria de saber se pedro sertanejo tem um neto que se chama Ricardo? Aguardo resposta.

cma disse...

Ney a data da foto é de 1996

Ney Campos disse...

Data corrigida. O Museu do Cumbe agradece a informação!

luiz augusto disse...

Conheci hoje um pouco da obra desse mestre sanfoneiro PEDRO SERTANEJO, com certeza está no patamar mais elevado do forró. Adorei, e a partir de hoje reconheço e admiro PEDRO SERTANEJO como o melhor forrozeiro do Brasil. E tome sanfona!!!

leonardo disse...

Ney,o bairro onde Pedro tinha seu forró era o belenzinho,que se chamava (forró do pedro sertanejo)o maior forró de São Paulo.Sei disso porque morei na rua vizinha do forró durante 21 anos,a rua ivinheima uma travessa da rua catumbi.Sempre ouvia lá de casa o som das sanfonas de pedro,dominguinhos e outros artistas,tenho muitas saudades dessa época,um abraço.

Anônimo disse...


Tenho 60 anos e desde jovem sempre gostei do estilo de música e o fole bem tocado por PEDRO SERTANEJO.Ñão sabia que ele foi tão influente na carreira inicial de tantos outros artistas. O Mais importante é saber que o seu toque de fole, penetra bém no íntimo dos corações dos sertanejos nordestinos. SOU FÃ INCONDICIONAL.
IRINEU-PB

Unknown disse...

Sou amigos de todos da Família,recentemente lancei o CD de Ari Batera filho do Pedro

Unknown disse...

Sou o neto de Pedro sertanejo. Estou de boné vermelho na foto e meu pai Arecessoni, conhecido como Ary do xá uma, está no balcão atrás do meu avó. Me chamo Ray Ricardo.
O de óculos é o nosso amigo Julinho.
Parabéns pela matéria. Meu zap 13 98187.9998

Unknown disse...

Gosto muito do forró de Pedro sertanejo e não sabia que ele nasceu na mesma cidade do meu avô