Foto: Zé Raimundo aos 17 anos com suas colegas de escola: Rita de Valdomiro Dentista (ao meio) e Fátima de OrcarzãoPor Ney CamposQuem não o conhecia e o via caminhando pelas ruas, muitas vezes demonstrando timidez, não imaginava o que havia por trás daquela figura alegre: um contador preciso de piadas, amável, caridoso e solidário. José Raimundo Campos Esteves, o Zé Raimundo, como era conhecido, nasceu em 23 de junho de 1953, em Euclides da Cunha. Estudou na cidade até os 17 anos e, durante algum tempo, trabalhou com seu pai, Edmundo Esteves, como músico da banda The Lunick Som, atuando como guitarrista base.
Partiu para Salvador em 1970, onde estudou no Colégio Estadual Manoel Devoto e, ao mesmo tempo, trabalhava em um banco privado, o Banco Sul Brasileiro. Nos finais de semana, saía com seu violão pelas praias e restaurantes da capital, sempre acompanhado de um grupo de amigos. Ficou conhecido como "Baiúca", nome de uma bebida da moda na época.
Retornou à sua terra natal em 1980 para investir no comércio. Trabalhou no ramo de bar, restaurante e sorveteria durante toda a sua vida.
Foto: Tocando no Grupo Musical The LunicksomZé Raimundo era um grande instrumentista. Tocava violão e guitarra, apreciava piano e instrumentos de sopro, entre outros. Muito espiritualista, tinha enorme prazer em compartilhar seus conhecimentos com os outros.
Zé Colaborando com a Tendinha Cultural.
Para saber mais sobre a Tendinha Cultural clique AQUIAmava as crianças e tinha total paciência para ensinar-lhes o que sabia. Inclusive eu, que hoje toco bandolim, aprendi com ele violão e guitarra aos 12 anos de idade. Muitos o chamavam carinhosamente de Zé. Ele chegou até a adquirir livros sobre a linguagem dos surdos e mudos, apenas para poder dar mais atenção às pessoas com essa deficiência.
Tinha gosto por jogos de raciocínio, como xadrez, dama e gamão, que ensinou a várias pessoas em Euclides da Cunha. Era raro ver alguém sair triste de seu ponto comercial após um breve contato com ele.
Com sua esposa, Maria Sônia Campos Esteves, teve três filhos: Diogo Campos Esteves, Tarcila Campos Esteves e Ângela Campos Esteves. Católico de família católica, Zé também apreciava a Doutrina Espírita, por meio de livros e filmes, e aprendeu que a "morte" é apenas uma desencarnação — o processo em que o espírito se desliga do corpo físico e retorna ao plano espiritual.
Zé Raimundo desencarnou em 2 de novembro de 2010, aos 57 anos, vítima de um AVC (Acidente Vascular Cerebral). E hoje, certamente, contempla a casa gigantesca do Senhor nos céus, junto de seu pai, tio, avós e amigos, em boas vibrações para a vida eterna.
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