quinta-feira, 22 de abril de 2021

Caminhos e Variantes


As trilhas e caminhos na região começaram a surgir no final do século XVI e se multiplicaram durante o século XVII. Veredas de gado que demandavam a bacia do Itapicuru peloc caminho do Raso (Araci) alcançavam o Piquaraçá e a Mata das Preguiças.

Outro caminho foi aberto entre o curato de Massacará e Monte Santo (pelo Caimbé), no início do século XVIII, passando pelas fazendas Contendas, Jibóia e Garrote.


De todas as vias de acesso, a mais importante, possivelmente datando da primeira metade do século XVIII, era a que ligava Monte Santo a Tucano. Era  estrada carroçável que passava pelas fazendas Algodões e Triunfo (Quijingue), margeando grandes roças com plantações de mandioca, cereais, legumes e variedade de árvores frutíferas.

A partir da segunda metade do século XVIII, foi iniciada a abertura de variantes para encurtar distâncias e intensificar a circulação de pessoas e de produtos agropecuários entre o interior e o recôncavo.


Bernardo Carvalho da Cunha, capitão-mor de Itapicuru, em 1785, foi autorizado pelo governador a abrir uma variante que facilitasse o transporte do meteorito do Bendengó. (A "pedra do céu" se encontra no Museu Nacional, do Rio de Janeiro) Apesar de não ter logrado o seu objetivo, porque as juntas de bois não suportaram arrastar o seu peso, a estrada foi muito benfazeja para o sertão, pois facilitou a ligação do litoral com o interior.

{  Colocaram o bendegó em um carro de  boi, e depois de 126 dias de viagem, ele chegou a uma estação ferroviária em Itiúba, de onde foi para Salvador. Curiosidade: o transporte ferroviário foi gratuito, a Companhia Inglesa da Estrada de Ferro doou o transporte, bem como o vapor Arlindo, que seguiu para Recife e depois Rio de Janeiro.   } Texto entre chaves: tecnoblog .net/meiobit/

Através dessa via, muitas pessoas se fixaram em nossa terra, misturando-se com seus primitivos habitantes - índios, vaqueiros e escravos - estes, na sua quase totalidade, prepostos dos barões, especialmente da Casa da Torre.

Essa estrada ficou conhecida como "Variante do Itapicuru", pois margeava esse rio até Ribeira do Pau Grande; dali passava pelas fazendas Canabrava, Várzea do Burro, Pedra do Mocó (contomando o areal) e Caraiba. Atravessava a Mata das Preguiças e transpunha as fazendas Pai Domingos (desviando-se das ladeiras) e Lagoa do Barro, até o local onde se encontrava o aerólito.



Por atravessar o sertão, tornou-se bastante movimentada, reduzindo as distâncias do nordeste baiano, ainda pouco habitado. Incentivou as pessoas do litoral a penetrarem nestes rincões,

arrendando terras e fixando posses, povoando-as em sítios e fazendas.

Boiadas e tropas de muares carregados de algodão, tecidos, mercadorias, carnes secas e cereais, além de outros produtos intensificaram o comércio e aproximaram centros produtores ou intermediários aos núcleos de consumidores do sertão.

Por esse tempo, iniciou-se o plantio de mandioca, bananeira, cana-de-açúcar, fumo, café e cacau nas bordas da Mata das Preguiças, correndo a notícia da fartura da região, pela fertilidade da terra.

Na primeira metade do século XIX, outra variante foi construída, partindo de Alagoinhas para Monte Santo, ficando conhecida como “Estrada das Boiadas, "surgindo em seu trajeto novos arraiais: Pacatu (Santa Bárbara), Manga (Biritinga), Pedras Altas, Raso (Araci) e Triunfo (Quijingue)



 Fonte: No Sertão do Conselheiro - José Aras 



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