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terça-feira, 6 de maio de 2025

A calça frouxa, Mundinho Doido e a feijoada perdida


***** Causo euclidense ******



No São João de 1988, existia um bar-restaurante famoso chamado Álibi de Lúcio, colado na Lotérica da Praça. Era lá que o povo se refugiava do calor, da ressaca e da sogra, tudo num lugar só. E a especialidade da casa? Uma feijoada que fazia até santo bater palmas!
Mundinho Doido, que já era conhecido na cidade por suas traquinagens, era amigo de um turista arretado chamado Mutelo. Mutelo tava hospedado na casa de Dona Marizete, ali na praça Duque de Caxias, pertinho do Moto Viagem, aquele canto onde a moto passa mais que o vento.
Num belo dia, Dona Marizete pediu pra Mutelo ir buscar uma feijoada no Álibi, uma daquelas completas, pra quatro pessoas, mas que um só já se acabava. E lá foi Mutelo, todo alinhado, com as calças meio frouxas (parecendo que tava vestindo a calça do sogro), carregando a bandeja com as duas alças, equilibrando como se fosse garçom de novela.
Aí foi que a peste do Mundinho aprontou. Viu o cabra no meio da rua, desatento, e não pensou duas vezes: veio sorrateiro por trás e PUXOU as calças do coitado! Mutela ficou ali, no meio da rua, mais pelado que caranguejo na salmoura!
E agora? Ou segurava a feijoada ou subia as calças! O bicho respirou fundo, pensou rápido, botou a bandeja no chão com todo cuidado do mundo, que feijoada não se joga fora nem por dignidade, foi cobrir o que tava ao léu.
Pense num alvoroço! Mutelo voltou ao restaurante, tentou agredir Mundinho, empurrou o infeliz, que caiu no chão de bunda e perdeu até o senso de direção. A turma do “deixa disso” apareceu pra apartar a treta, mas o clima já tava parecendo final de novela.
Na frente do bar tinha um cabra com um cachorro enorme na coleira, um verdadeiro jumento de quatro patas. Mundinho, ainda bufando, aproveitou a confusão: soltou a coleira do bicho e gritou:
“PEGA MUTELO, REX!”
O cachorro saiu foi desembestado... mas ao invés de correr atrás do homem, correu foi pra feijoada! Em segundos, já tava com o focinho dentro da panela, feliz da vida, como se fosse convidado da festa.
A praça inteira caiu na risada. Mutelo, de calça erguida e feijoada perdida, só faltou chorar... mas depois também riu. Porque em Euclides da Cunha, até a vergonha vira história boa pra contar!

sábado, 3 de maio de 2025

Delegado Joaquim e o Eletricista de Mentira

 

 



••••Causo euclidense••••


Antigamente, em Euclides da Cunha, tinha uma delegacia que o povo chamava também de “quartel”, que ficava na Rua da Igreja. Depois se mudou lá pra BR-116, pertinho do Hiper Padaria , onde hoje em dia só falta vender até tijolo com presunto. Pois bem, o delegado da época era um cabra tranquilo chamado Joaquim Damasceno. Pense num homem calmo, quase um monge de farda, PORÉM bem competente.

Joaquim Damasceno 


Naquele tempo, a energia da cidade era ligada no braço: alguém ia lá às 6 da tarde, dava o jeitinho e acendia tudo; e às 4 da manhã desligava de novo, na manivela mesmo. Era o modo econômico raiz.



Aí nos anos 80 apareceu um gaiato chamado Jaú, tirado a eletricista, figura moradora da Rua dos Lima. O danado resolveu fazer gracinha: começou a desligar os postes à toa, só de sacanagem, pra ver o povo no breu. Era tipo o “pegadinha do Mallandro”, só que versão poste.


Joaquim Damasceno

 (acervo: Raquel Damaceno)


Delegado Joaquim, com aquele jeito dele de calma de padre em retiro, mandou chamar o tal do Jaú pra “conversar”. Quando o bicho chegou lá, Joaquim botou ele num quartinho na delegacia e disse:


— Jaú, rapaz, soube que tu é eletricista. Pois vá ali consertar essa tomada!


Jaú, todo besta, entrou. Olhou pro lado e perguntou:


— Ué... e cadê a tomada?


O delegado, com um sorrisinho de canto de boca, trancou a grade com um cadeado e falou:


— Primeiro eu vou instalar os fios... você espera aí, visse?


Resultado: Jaú ficou “esperando os fios” por 4 dias preso, só com pão e risada, e nunca mais teve coragem de meter a mão nos postes da cidade. Foi a pegadinha que virou lição!


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