quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Heróis de Canudos

A região de Canudos pertenceu a Euclides da Cunha, Bahia e foi elevado a município em 1985, desmembrado de Euclides da Cunha

Ouça abaixo o Hino Heróis de Canudos
Composição, Música e Letra: José Dionísio Nóbrega

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LETRA
“Estevão, Estevão, onde está você?! Estou no fogo do Cambaio”.

“Maria Guerra, pra que essa arma?! Vou defender os meus irmãos”.

“Malvado coronel Moreira Cesar/ Não devia ter feito isso não /Agora o coronel vai receber! O tiro certeiro do jagunço Jeromão”.

“Corre corre Tamarindo/ Serafim já vem atrás! Perseguirá os seus soldados! E vai ainda querer mais”.

“Não há bravura igual! Nunca houve mesmo não! Enfrentar de peito aberto! O grande e fratricida canhão”.

“Estandislau da Macambira/ Muitas histórias contará! Herói de muitas
batalhas! Mas lutou primeiro no Uauá”.

“Chiquinhão, Zé Guerra e Antonio Valério! Nossos heróis de Cocorobó!
Defenderam com garra a terra amada! Todos unidos numa corrente só”.



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Conheça os Heróis de Canudos:


1) Jeromão, o matador de Moreira César

Jerônimo Modesto do Valle é o seu nome, mas o povo o chamava de Jeromão. Segundo os mais velhos, foi esse homem, que não se vangloriava de seus feitos, que deu o tiro certeiro no Coronel Moreira César. Baixo, troncudo, voz forte de estremecer o chão, de pouca conversa, antigo caçador de onças nas grandes serras da região, morador com toda a família na fazenda Carvalho, Jeromão era respeitadíssimo em Canudos como grande atirador. Ao clarear do dia, costumava religiosamente dar um tiro de bacamarte para os lados da Canabrava a fim de que a sua esposa Lalinha soubesse lá do Carvalho que ele continuava vivo. Jeromão sobreviveu à guerra.


2) Serafim, o heroi da Barriguda

Serafim Ferreira de Santana - o Serafim da Barriguda - foi o único dos irmãos a se entregar de corpo e alma como combatente de Antonio Conselheiro. Com a morte da mãe O. Paula e do pai Francisco, que lutara em Canudos ao lado de João Abade, Serafim, em vez de procurar refúgio, abraçou a causa conselheirista tentando defender de todas as maneiras o território do Belo Monte, embora a sua área de atuação predileta circunscrevesse ao trecho Umburana-Rosário. Serafim entrará para a história de Canudos como um dos heróis que puniam severamente os inimigos de Antonio Conselheiro. Serafim viveu muitos anos depois da guerra.


3) Os Irmãos Guerra da Umburana

Da família Guerra da Umburana, três irmãos se destacaram na luta fratricida de Canudos: Zé Guerra, que veio a falecer no “fogo” de Cocorobó, Norberto, que continuou lutando até o fim, e Maria Guerra (Gueguerra para os mais íntimos), a única mulher a pegar em armas para defender o torrão natal e a sua família que se desmoronava a cada dia. Dos 3 irmãos heróis canudenses sobreviveu Maria Guerra.



4) Joaquim Macambira Filho

Joaquim Manoel de Santana Filho, homônimo do pai Joaquim Macambira, deu a vida pelo povo de Canudos. Ele e mais onze jaguncinhos, inclusive Nicolau da Umburana, que foi o único a se salvar, enfrentaram de peito aberto o grande canhão conhecido pelo apelido de Matadeira. É o grande heroi da terra canudense.

5) Estevão do Cambaio

Estevão Pereira Leal, o Estevão do Cambaio, descendente dos primeiros habitantes de Canudos, grande amigo dos Gomes do Trabubu, foi o Guarda do Cambaio. Alto, pescoço comprido, cabelos lisos, Estevão era uma figura calma e extraordinária e grande amigo do jagunço Jeromão. O herói do Cambaio sabia onde o diabo se amalhava. Invultava-se só com o bater das pestanas . Quando abençoava os filhos e parentes, usava invariavelmente a expressão “benção de Deus”.



6) Estandislau da Macambira — o Lalau de SaIu

Baixo, meio cambaio, nascido na Canabrava , mas morador na Macambira, sincero e verdadeiro em suas histórias, só excepcionalmente deu entrevista, neto de Sebastião José Quadrado, que foi um dos primeiros posseiros da terra canudense, Estandislau, o Lalau de SaIu, dominava a técnica de tirar vários soldados da luta com um só tiro de bacamarte.
Estandislau é o herói de muitas batalhas.



7) Chiquinhão ou Chiquinho Mota

O escritor Euclides da Cunha o chamou de Chiquinho Mota, mas no seio familiar era conhecido por Chiquinhão. Com os seus piquetes, ao lado de Zé Guerra e do sobrinho Antonio Valério, que faleceu lutando ao lado do tio, Chiquinhão foi o grande comandante da batalha de Cocorobó. O general Amaral Savaget sofreu grandes perdas com o fogo cerrado de Chiquinhão. Morava esse notável combatente conselheirista nativo na fazenda Angico. Juntamente com Nicolau, um dos heróis da matadeira, e Geraldo da Umburana, Chiquinhão passou por uma grande emoção, a de queimar o cadáver do malvado coronel Moreira César.



8) Antonio Macário, Guarda das Bocas de Estradas

Neto de Maria Quitéria e de Vitorino José de Santana, os fundadores do povoado de Canudos, Antonio Macário não nascera vocacionado para a luta armada, não tinha o jeito brigador dos heróis canudenses Deodato Campos e Deocleciano Macedo, mas entrou para a história da guerra como o rapazinho que guardava as bocas de estradas.


Resumo feito por José Dionísio Nóbrega com base na sua obra “Euclides da Cunha
e o sertão de Canudos”.

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11 comentários:

Nancy Santana disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Denise Santana disse...

Parabéns, José Dionísio!! Fiquei muito emocionada ao ouvir esse hino onde revela nossos heróis. Muito bommm!!!!
Nasci em Bendegó e moro em São Paulo desde 1970. Gostaria muito de ouvir uma palestra sua.
Abraços!
Denise

Hilton Canário Pereira disse...

Parabéns, José Dionísio pelo escritor que é e pelo belo resumo de sua obra.
Como sabemos da grande batalha que aconteceu na região de Canudos, seria muito importante que esse acontecimento fosse incluído e difundido no dia a dia de nossos estabelecimentos de ensino, mostrando para o nosso povo, a luta de um povo ordeiro cravada no sertão baiano.

Gilmário Lima disse...

Dionisio, Parabéns. E que você continue com esta luta incansável para dar conhecimento da nossa HISTÓRIA a todos nós, euclidenses e nordestinos, que tão pouco a conhecemos.

Fátima Ribeiro disse...

Que esta fera sabe cantar eu ja sabia!!!!!mas como compositor me surpreendeu!!!!!!!!Fátima Ribeiro

Márcia Miranda disse...

Que voz liiiinda!!!!! Parabéns em tudo que vc faz!!!!!!!!

Luisa Gusmão disse...

Por gentileza, avise-me quando houver qualquer palestra de Dionísio Nóbrega. Estou admirada! Luisa Gusmão
E-mail: luisagusmao1223@yahoo.com.br

JOSÉ DIONÍSIO NÓBREGA disse...

Agradeço ao professor Sérgio Teixeira por ter me incentivado a gravar "heróis de canudos" e ter tido o trabalho de convocar o seu sobrinho Celso Teixeira Neto e Marcos Roriz para o acompanhamento.

JOSÉ DIONÍSIO NÓBREGA disse...

Nei, obrigado por ter me levado a um grande "estúdio" para gravar "Heróis de Canudos".

Roberval macedo Nóbrega disse...

Nei,
Mesmo sendo seu irmão,me surpreendi com essa"veia" compositora do nosso historiador e ,mais ainda, com a gravação da música(Hino)por ele próprio.
Quem conhece Dionísio sabe que ele é caprichoso e compenetrado naquilo que faz.
Achei que o conjunto da obra ficou muito bom(letra,melodia e voz)."É uma viagem no tempo da guerra".
Parabens ao grande Canudólogo por mais esta contribuição à memória de Canudos e parabens a você também ,Nei, por ter criado este espaço cultural virtual sem precedente na história da nossa cidade

ANA disse...

DIONISIO VOCE E DEZ!!!!
MUITO BOM ESSE HINO E NA SUA VOZ FICA MELHOR AINDA.
QUERO TER O PRAZER DE OUVIR DE NOVO ESSE HINO PESSOALMENTE.
BEIJOS