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quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Palavras antigas que sumiram da nossa língua

 

Seguem várias palavras usadas antes dos anos 1980 que estão desaparecidas da nossa linguagem. Muitas delas foram usadas pelos nossos pais, avós, bisavós, tataravós...  Ainda podemos encontrar nos dicionários antigos e atuais na internet. Seguem:

Foto (aposentos): besisluxe.com

Aposentos

Parte de uma casa que pode servir para uma ou mais pessoas se instalarem; quarto.

Acartado

Um profissional diplomado; alguém com formação superior e específica

Alpendre

Varanda coberta


Asseado

Significa com asseio; limpo; limpo e esmerado na roupa

Alvíssaras: Trata-se de prémio dado a quem apresenta objetos perdidos.

Asseverar

Significa afirmar com certeza, afirmar com segurança; assegurar.

Balela

Mentira, boato, conversa fiada.

Imagem da internet

Boticário

Excluindo o nome da marca famosa hoje, o termo boticário caiu em desuso. Este substantivo masculino significa farmacêutico.

Exemplo de uso do termo: Fui à farmácia e o boticário recomendou-me um medicamento que fez maravilhas.


Cacareco

Coisa velha, objeto usado, objeto sem valor.

Dondoca

Termo usado de forma coloquial e que significa mulher de boa situação social, ociosa e fútil.

Fuzarca

Este termo era bastante usado como sinónimo de bagunça, confusão

Gorar

Frustrar, não dar certo

Lambisgoia

Referia-se a uma mulher sem graça, convencida, pretensiosa, antipática.

Sacripanta

Patife, velhaco, mau-caráter, desprezível.

Sirigaita

Atualmente, o termo sirigaita refere-se a uma mulher respondona ou pretensiosa. Contudo, no passado, esta palavra era considerada uma grande ofensa quando era dirigida, pois significava que se identificava a rapariga como mal-educada e com atitudes constrangedoras.

Tabefe

Tapa, bofetada, sopapo

 

Vitrola

Aparelho antigo que reproduz discos de vinil

 

Vosmecê

Representa uma forma de tratamento informal que se dirige a pessoas que não são tratadas por tu

Exemplo de uso do termo: Eu liguei só pra saber se vosmecê estava em casa.


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Fonte dos significados: Dicionário internet 

 

segunda-feira, 22 de julho de 2024

Armazéns em Euclides da Cunha


Os antigos comércios varejistas em geral eram chamados de “venda”, armazém ou bodega. Aqueles balcões reforçados de madeira com vidros na vertical onde os proprietários atendiam os clientes. Tinha a balança de ferro (a maioria da marca Filizola, fabricada desde 1920), baleiros giratórios de dois ou três andares, caixa registradora com um barulho típico e um cheiro leve de querosene misturado com fumo. 

Naquela época, não existia tecnologia e as vendas a prazo eram marcadas na caderneta. O dono da bodega sabia, na maioria das vezes, os dias em que os clientes recebiam os ordenados. Bons tempos! Era uma época de confiança em que a palavra valia mais que assinatura.

Os armazéns tinham de tudo, ou melhor, quase tudo, porém, a venda de Tota tinha de tudo mesmo. Se um turista perguntasse a alguém onde encontrava tal produto, a resposta era imediata, NA CASA TOTA TEM. Lá tinha: candeeiro de lata, bombinha, foguete de São João, sonrisal, merthiolate, gaiola, ratoeira, lâmina de barbear, panelas em geral, arruela, filtro de barro, balde, mangueira, brinquedos, quente frio, Kichute, chiclete, parafuso de óculos, encordoamento para instrumentos musicais, chapéu, palmatória, corda de sisal, plantadeira, guarda-chuva, bola de gude, corrente, pino da catarineta para máquina elgin,  agulha, bota 7 léguas, gibão , chapéu de couro para vaqueiro, uffa... resumindo, tá precisando de quê? Vá na CASA TOTA!

Foto, Tota na sua Venda


Originalidade: quando raramente aparecia um freguês procurando um item inexistente no local, Tota nunca dizia que não tinha, de imediato a simples resposta, “tá chegando!” Assim falava Tota para deixar o cliente contente e logo fazia a encomenda.


Os mais conhecidos armazéns em Euclides da Cunha (Cumbe), anos 1960 a 1980

  • Casa Tota
  • Detinho Campos
  • Manoel Celestino
  • Dominguinhos 
  • Casa Totô
  • Raimundo do Zé Latão
  • Venda do Neluzinho
  • Casa Dias
  • Casa Walter
  • Casa Elite

"Tinha a venda de DETINHO o pai de Ranulfo, a venda de NELUZINHO pai do "Mundinho Doido" e o mais "chike" de todos o "CAFÉ ELITE" de Ioiô de Hermógenes que era um luxo dos anos 50. As senhoras e senhores iam às 4 da tarde tomar um café numa moderna máquina. Era no estilo francês!!!!! Eu tinha 8 anos e levava meu avô de bengala toda tarde........Era a Euclides civilizada....... ".  Escreveu Hildebrando Siqueira (filho de Dominguinhos da venda) em uma conversa de WhatsApp.


Curiosidade: existia em Euclides da Cunha no início da década de 1960, quando iniciou a venda de óleo vegetal para substituir a gordura animal (banha de porco) a BOMBA DE ÓLEO COMESTÍVEL (foto) para vender óleo a granel. Naquela época, nem todos tinham condições de adquirir uma lata de 900ml. Deste modo, os armazéns adquiriam tambores de 100 ou mais litros. Era assim, o cliente levava um recipiente (vasilha ou copo), o vendedor perguntava quantas voltas (bombadas)? Cada volta era um valor. Já a “VENDA” do Sr Dominguinhos que ficava situado em frente onde funciona hoje a sapataria Econis, exatamente numa loja de bolsas atual, comercializava o óleo por dose no medidor apropriado. 



Seguem fotos atuais informando a exata localização dos armazéns

Clique nas imagens para ampliar
















⬆️Venda de Dominguinhos (loja verde)









Foto real da Casa Totô











⬆️ Raimundo de Zé Latão ⬆️















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Por Ney Campos

Entrevistados: Elsinho (irmão da Valmira da Escolinha), Tinho de Potâmio, Galeguinho de Totoinho, Tonheco do Hotel Lua, Samuel Dias, Tonhão, Iomar Canário, Dedé Rico.

Contribuição/foto: Jonathan Cardozo, Janacira Santana 



terça-feira, 21 de maio de 2024

João Silvio Cerqueira Monteiro


 Conhecido como Dr Silvio, filho de Antônio Leite Monteiro e Zenaide Cerqueira Monteiro, nasceu em Santa Bárbara-BA em 15 de novembro de 1947. Por possuir um pilar forte no campo de ciências exatas, partiu muito cedo para Salvador e se formou  Engenheiro Civil pela Escola Politécnica da UFBA em 1971. Pós graduado (Especialista ) em Engenharia Rodoviária, na área de Pavimentação (Universidade Federal da Bahia) 2004 a 2006. Logo depois de sua formação, fez concurso para o órgão federal DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem), hoje DNIT, (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte), ingressando em junho de 1973, tão logo promovido a chefe da residência  de Euclides da Cunha.

Em 1975 se hospedou no Hotel Lua, onde conheceu sua esposa Fátima Nascimento Dantas. Casaram-se em 1976. Filhos:  Suzana, Marcelo, Leonardo e Ricardo. Netas: Marina, Ísis e Lara.



Comandou a região de Euclides da Cunha de  dezembro de 1975 a outubro de 1997. Superintendente do DNIT na Bahia de 1999 a 2002, 2009 a 2012.

Principais atividades na sede de Euclides da Cunha

Como chefe de engenharia, operou projetos e construção das rodovias BR116/BA de Serrinha à divisa da BA/PE, BR 410 (Tucano – Ribeira do Pombal),  BR 235/BA ( Divisa SE/BA ( Carira).

“No início da década de 1970 eu era Diretor do Educandário Oliveira Brito.

Naquela época faltou Professor de Matemática, então, fui ao Hotel Lua e convidei Dr. Silvio  para lecionar a matéria. 

Competente Professor de Matemática, de pronto, o mesmo aceitou o convite, tendo colaborado com o Educandário durante dois anos”.  Comentou o Prof. Sebastião Miranda da Paz, o qual diplomou a 1a. turma de magistério, para este site

Esporte em Euclides da Cunha

Elaboração do Projeto e construção do estádio Municipal em 1989, projeto do Clube AABB e o Campo de Futebol, no Clube de Campo Os Sertões (Clube dos Cem), como sócio fundador.

Ex-atleta do Batafogo da Bahia, ficou admirado pela grande performance dos jogadores euclidenses, em especial, Toinho de Bia, conhecido como Motorzinho. “O Toinho era realmente uma coisa fantástica, um dos melhores que já vi jogar”,  disse Dr Silvio em entrevista numa rádio local. 

O time CBDE em que Toinho e Silvio  faziam parte foi campeão euclidense  em 1978.


Foto: Museu do Cumbe







A sede do departamento começou na Rua Elson Torres de Aquino. Observando a foto, a linha vermelha era a entrada das oficinas e a linha azul, estacionamento. Do outro lado da rua, próximo ao Bradesco, onde funciona hoje a ótica de Zé Antônio, até a lanchonete do Moraes, funcionavam os gabinetes, escritórios e uma bomba de combustível para abastecer os caminhões. Depois que a sede foi transferida para o local atual (DNIT), Silvio construiu a casa de morada oficial do DNER/DNIT (muro verde na foto). Ao lado, na linha azul, emprestou para os funcionários do antigo Baneb estacionarem seus carros. Na nova residência,  criou logo uma área de lazer com um espetacular campo de futebol society  destacando uma rara grama esmeralda. 

Todos os finais de semana tinham treinos em sua casa. 

Curiosidades: 

Batista da Telebahia comentou para este blog que não era muito bom de bola, mas, conseguiu com apoio do mestre: entrar na "máfia" como goleiro e depois lateral direiro.

Sobre a máfia no campo

Quando o campo da residência ficou pronto, vários eram os jogadores considerados médios, bons e os melhores. Doze jogavam: um goleiro e mais cinco de cada lado. Impossível  jogar com todos que apareciam. Silvio evitava escolher sua equipe com receio de contrarreações, deixando-os à vontade para formarem seus times. Ficou assim por muito tempo, porém, chegou numa situação que estavam criando times para ganhar e tornando rivalidade. Então, mediante isso, o chefe da casa decidiu formar seu próprio time. Ficou assim, Netinho (goleiro), Cardoso do Bradesco, Beré (Zaga), Silvio e Hamilton do Zuza na frente, depois entrou o César da Deusinha (lateral direito), Juca, Zé Reinaldo, Batista, entre outros. Aqueles que ficaram a parte reclamavam: QUE MÁFIA DA  P...  É ESSA?!?  Então, não era fácil fazer parte da máfia. O time escolhido foi campeão em várias cidades circunvizinhas.



Foto: Zé Reinaldo 



Time CBDE, de pé, da esquerda para direita, Netinho do Antenor, Lázaro, Chicão da professora Rita, César da Deusinha, Juca do Fenelon, Sidney do Ze Barbeiro, Menininho do Zé Rodrigues, Dr Silvio

Agachados, Silvio (funcionário do Banco do Brasil), Antenorzinho, Bira, Hamilton do Zuza, Edilson, Toinho de Bia e Zé Reinaldo Esteves.

Toinho de Bia (Motorzinho)

Motorzinho foi campeão também na seleção de Tucano (1966)  e Antas (1967)


Foto: Toinho de Bia

>>> clique para ampliar
Foto: Toinho de Bia






Por ser um excelente jogador, Motorzinho foi agraciado com uma crônica que se encontra muito bem zelada e exposta em sua residência na área gourmet 





Para ler a crônica clique AQUI

Além de sua profissão, Silvio é apaixonado por leitura sendo um exímio professor. Com enormes conhecimentos em várias áreas, tem o prazer de ouvir e dividir sua sabedoria e experiência com  todos aqueles que o rodeiam. Também é um grande contador de causos e estórias.

 


Operado de uma lesão na retina em 2018, foi proibido por seu médico da prática do futebol.  Para superar o trauma daquilo que mais gostava, contratou um professor de violão. Hoje, com sua voz grave, canta e toca animando festas da família, amigos,  sempre acompanhado com músicos natos.

sábado, 13 de janeiro de 2024

Divulgações de 1960 em Euclides da Cunha - Bahia

 Propagandas de Consultórios Médicos realizadas no livro de José Aras em 1960, como forma de patrocínio.

 


Observa-se que, nessa época, os Médicos Ginecologistas eram chamados de Médicos Especialistas em Doenças de Senhoras 


Houve também, além dessas, várias outras propagandas do comércio local. 

Em breve publicaremos


domingo, 17 de setembro de 2023

Hino de Euclides da Cunha - Bahia

Data da primeira publicação neste site: 25-08-2009

Arquivo/Colaboração: Raimundo Carvalho Rabelo

Clique no link abaixo para ouvir

https://youtu.be/RWHbPI-aHOY?si=VZ_RVkJso0o-__cE


Os autores do Hino de Euclides da Cunha são:
Letra: José Aras
Música: Antonio Moreira
Em 1972 (fonte: Câmara Municipal de Vereadores de Euclides da Cunha)




O hino de nossa cidade ganhou vida pela primeira vez através das ondas sonoras de uma fita cassete, registrando um momento marcante da nossa história musical. A gravação, feita em 1996, foi eternizada na voz do talentoso cantor e compositor Rabelo Gonzaga, que com sensibilidade e orgulho deu alma à melodia que representa o sentimento do nosso povo.

Mais tarde, essa preciosidade foi transferida para o formato de CD, preservando com carinho essa memória para as gerações futuras. A gravação contou com a participação de músicos: na sanfona, o mestre Cezário; nos teclados, Ney Campos (Ney do Bandolim). Os vocais ganharam força e beleza com as vozes de Canário de Canudos, Janacira e Elenir Ribeiro, que deram um toque especial à interpretação.

Assim, ficou consagrado e divulgado o hino que embala o coração de quem ama esta terra.



Letra:

Euclides da Cunha torrão adorado
Tão decantado no mundo inteiro
"Os Sertões" veio nos trazer a glória
Da nossa história no sertão Brasileiro

Por muitos anos foi aqui adorado
O Bendegó - famoso meteorito
Nosso sertão um jardim em festa
Foi o escolhido lá no infinito

Salve ó rincão de filhos varonis
Heróis anônimos mortos de pé
Renasce ardente em nossos corações
Tua bravura de amor e fé



Compreendendo (decifrando) a letra do nosso HINO

O Hino de Euclides da Cunha: um cântico de bravura, memória e identidade sertaneja

O hino oficial de Euclides da Cunha, na Bahia, é mais que uma composição poética – é um retrato vibrante da alma sertaneja e da memória coletiva de um povo marcado pela resistência, pela fé e pela força.

Logo nos primeiros versos, a cidade é exaltada como “torrão adorado”, expressão carinhosa que revela o amor do seu povo pela terra onde nasceu e cresceu. Não se trata de qualquer lugar: Euclides da Cunha é "decantada no mundo inteiro" por causa da obra monumental de mesmo nome, Os Sertões, escrita pelo renomado escritor e engenheiro Euclides da Cunha. A cidade carrega, portanto, em seu nome e identidade, a glória de uma história contada para o mundo inteiro – a história do sertão brasileiro, suas lutas, dores e resistências.

O hino também celebra o Meteorito do Bendegó, uma das maiores rochas espaciais já encontradas no Brasil, que repousou durante muito tempo em terras sertanejas antes de ser levado ao Museu Nacional. O meteorito é símbolo do inusitado e do extraordinário presente no cotidiano sertanejo – como se o próprio universo tivesse escolhido essa terra para deixar um sinal de sua grandeza.

No auge da poesia, o hino descreve o sertão como um "jardim em festa", rompendo com os estereótipos de seca e miséria e revelando a beleza escondida na vida simples e forte do interior. O verso "foi o escolhido lá no infinito" pode ser entendido tanto como uma imagem do meteorito vindo do espaço quanto como uma bênção divina sobre esse povo de fé.

Na estrofe final, a canção presta homenagem aos heróis anônimos do sertão – homens e mulheres que lutaram e tombaram de pé, com coragem e dignidade. São os filhos "varonis", aqueles que mantêm viva, até hoje, a chama da bravura, do amor à terra e da fé inabalável.

Esse hino é mais que música: é documento, é memória, é símbolo de um povo que não se dobra. Ele ecoa nas ruas de Euclides da Cunha como um chamado à lembrança e ao orgulho de ser parte de uma história que continua viva, ardente, no coração do sertão



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